O QUE NÃO FALARAM DE AMOR

 

por João Marcos Bezerra

Texto base: 1 Coríntios 13.1-8

 

4 O amor é paciente

e bondoso.

O amor não arde em ciúmes,

não se envaidece,

não é orgulhoso,

5 não se conduz de forma inconveniente,

não busca os seus interesses,

não se irrita,

não se ressente do mal.

6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

7 O amor tudo sofre,

tudo crê,

tudo espera,

 tudo suporta.

8 O amor jamais acaba.

- 1 Coríntios 13.4.8a -

 

O texto de 1 Coríntios 13 fala de amor que até Renato Russo, finado vocalista da banda Legião Urbana, colocou uma parte em sua música ‘Monte Castelo’. Assim como ele, muitos compositores escreveram canções sobre o Amor. Atualmente, podemos ouvir Melim em ‘Meu Abrigo’: “Você é a razão da minha felicidade. Não vá dizer que eu não sou sua cara-metade.”; e, Denis e Jorge em ‘Eu amo todas’: “É que eu amo todas, todas suas manias… Eu amo todas… horas te esperando… Se ainda não fui totalmente claro, é claro que eu te amo!”. Também tem uma frase interessante na música ‘Insubstituível’ de Marcos e Belutti: “Ainda não tem aplicativo pra achar amor perfeito”.

Cantamos diversas coisas sobre o amor, mas não chegamos perto de entender o que de fato é o amor, ou seja, cantamos o que não entendemos, muitas vezes. Porque, na realidade, de um lado falamos que amamos, do outro agredimos, maltratamos, ficamos irritados e ressentidos e somos impacientes, ciumentos, orgulhosos, inconvenientes e interesseiros. Enquanto vivermos esta realidade amorosa, teremos diversos casos de violência contra a mulher, de abandono do lar, de filhos espancados e de traições.

A Bíblia nos ensina que amar não é um sentimento isolado. São também diversas ações que fazemos a favor da pessoa que amamos. Porém, não podemos confundir atos de amor com o amor Verdadeiro. Nem sempre numa boa ação tem amor. A própria Bíblia fala isso em 1 Coríntios 13.1-3 quando afirma que mesmo se falar línguas de anjos (como se isto fosse possível), tiver dom de profetizar, todo o conhecimento do mundo e uma fé gigante capaz de transportar montanhas, distribua alimentos e agasalhos aos pobres, se não tiver amor isto não é nada, de nada adiante.

Outra coisa, é absurdo lermos ‘o amor tudo sofre, tudo espera, tudo suporta’ para justificar que deve suportar violência (seja física, emocional ou patrimonial) num relacionamento porque ama a pessoa. Não é isto que o texto está dizendo. Se há violência, esta deve ser denunciada à polícia e, se for para segurança, a vítima deve deixar a convivência com o agressor urgentemente. Não estamos aceitando ou justificando o divórcio. Estamos condenando a violência. É diferente!


        O termo ‘o amor tudo sofre, tudo espera, tudo suporta’ significa que quem ama deve se manter firme no verdadeiro sentido do amor, enquanto os outros rejeitam. Também é deixar de lado o “amor” ressentido, vingativo, ciumento, traidor e sofredor que cantamos nas músicas populares porque Deus nos desafia a vivermos o amor que é paciente e bondoso, que não é ciumento, que não se enche de vaidade, que não é orgulhoso, que não é inconveniente, que não busca os próprios interesses, que não se irrita, que não é maldoso e que não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Foi isto que fez com que “Deus [amasse] o mundo de tal maneira que [desse] o seu único Filho [Jesus], para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

É este amor de sacrifício que faz:

1.     O marido amar sua esposa, como Cristo amou a Igreja e se sacrificou por ela, isto é, amar de forma que cuida e se sacrifica para o bem dela (Ef 5.25-30);

2.    A esposa se submeter ao marido (Ef 5.22-24) porque ele a ama e também se sujeita a ela como está em Efésios 5.21 (“Sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo.”);

3.     Os filhos obedecerem a seus pais e honrarem pai e mãe (Ef 6.1,2);

4.     Os pais não criarem os filhos debaixo de ira, mas criarem-nos na disciplina do Senhor (Ef 6.4).

Este amor, que fez Deus sacrificar e ressuscitar seu Filho, é o sinal de quem é discípulo de Cristo, pois “Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros”. Se alguém que se diz seguidor de Jesus age com maldade, violência, ciúme, orgulho, fala que “bandido bom é bandido morto”, despreza o outro porque pensa diferente, aborrece aqueles que estão perto, humilha e explora, na verdade não entendeu os ensinos do Senhor e vive uma mentira.

Por fim, é importante repetir: Deus nos desafia a vivermos o amor que é paciente e bondoso, que não é ciumento, que não se enche de vaidade, que não é orgulhoso, que não é inconveniente, que não busca os próprios interesses, que não se irrita, que não é maldoso e que não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade

Então, para entender e viver este amor, precisamos:

1.     Reconhecer que precisamos de Deus e lamentar nossa miséria;

2.     Confessar os nossos pecados a Ele e nos arrepender;

3.     Entregar a nossa vida a Jesus para que Ele seja Senhor e Salvador; e,

4.     Receber o Espírito Santo de Deus como consolador e selo da salvação. Amém!

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