O SUPER JESUS E A MORTE


Por João Marcos Bezerra - jmarcoscb@gmail.com
Texto base: Jo 11.17-27

Então Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente.”. (João 11:25,26)

O livro de João é o quarto Evangelho da Bíblia e “foi escrito com a esperança de se criar nos leitores a convicção de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, para que a vida viesse através da fé Nele”[1], conforme escrito em João 20.31 e afirmado por Marta no verso 11.27. O autor procura apresentar a Jesus como o próprio Deus em carne (1.1), o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (1.29), o Salvador (4.42), a verdade que liberta (8.32), a porta para salvação (10.9), a ressurreição e a vida (11.25), o Mestre e Senhor (13.13) e muito mais.
Enquanto os outros três evangelhos (os Sinóticos Mateus, Marcos e Lucas) mostram os ensinos públicos de Cristo tratando sobre o Reino de Deus, João está centralizado “em grande parte no próprio Jesus, seu relacionamento com o Pai e como Ele é indispensável às necessidades espirituais do homem”. Além disso, “João menciona pelo menos três Páscoas (2.23; 6.4; 13.1), sugerindo que o ministério [do Messias] estendeu-se por três anos”¹.
O capítulo 11 do evangelho de João descreve o seguinte episódio: Maria e Marta solicitaram a Jesus que fosse a Betânia porque Lázaro estava doente; o Mestre só atendeu o chamado das irmãs dois dias depois da solicitação delas; quando Cristo chegou a Betânia, Lázaro estava sepultado há quatro dias; ao chegar próximo da cidade, Marta foi ao encontro de Jesus; o Senhor avisou que o amigo ressuscitaria; Maria também foi encontrar o Mestre; Cristo chorou e depois ressuscitou seu amigo Lázaro. Este episódio é considerado o ápice dos milagres do Senhor por Marshall[2].
O interessante é que a morte é algo que todos estão sujeitos, mas ninguém deseja passar por ela. Alguns ficam extremamente abalados e assustados quando se fala no assunto. Outros satirizam a morte como um personagem de terror com uma foice e capa preta. Os filmes ‘Premonição’ mostraram este ser obscuro com grande poder, pois, quando suas vítimas escaparam na hora da morte, ela caçou e matou cada um depois.
Em João 11 conhecemos aquele que tem poder de ressuscitar um moribundo. Marta tinha a expectativa de que Jesus não permitiria que o irmão dela falecesse (v.21) e, mesmo com Lázaro morto, ela tinha a esperança que o Senhor obtivesse algum favor de Deus em prol dela e do defunto (v.22). Mas não sei se ela esperava uma ressurreição imediata porque, quando Cristo afirmou que o amigo voltaria à vida, ela entendeu e afirmou que sabia que isso aconteceria no “último dia” (v.24). Foi neste momento que Jesus afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?” (João 11:25,26).
Apesar de sabermos que o Senhor ressuscitou a Lázaro, como está escrito nos versos 43 e 44, a afirmação “Eu Sou a ressurreição e a vida” revela algo maior que a ressurreição de um morto, pois Ele já tinha feito isto antes (Lucas 7.14,15 – filho da viúva de Naim; 8.54-56 – filha de um oficial romano). “Duas verdades foram aqui declaradas. O crente pode morrer, mas pelo poder de Cristo viverá… Mas ainda mais importante é a posse da vida eterna obtida mediante a fé em Cristo”[3].
Stot[4] explica isto da seguinte forma:

Esses versículos contêm uma dupla promessa de Jesus a seus seguidores. Quem crê e vive nunca morrerá, porque Cristo é a sua vida, e a morte lhe parecerá apenas um episódio trivial. Quem crê e morre, no entanto, viverá outra vez, porque Cristo é a sua ressurreição. Assim, Cristo é tanto a vida para aqueles que vivem como a ressurreição para aqueles que morrem.

Entretanto, em João 20, Mateus 28, Marcos 16 e Lucas 24 são textos onde está revelado algo muito mais fantástico do que a ressurreição dos mortos: o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia. Isso força a nossa fé ao limite. O Messias pode não apenas ressuscitar os mortos, mas Ele mesmo voltar a vida pelo poder de Deus Pai, “rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse” (Atos 2.24). Com isso, Jesus afasta de nós, os seus discípulos, o medo da morte, pois sabemos que temos vida Nele.
Isto nos permite crer que já temos a vitória sobre a morte em Cristo, morrendo fisicamente ou não, e também olhar para a Páscoa cristã como um memorial do sacrifício do Senhor na cruz e da Sua ressurreição dentre os mortos. Desta forma, encerro esta reflexão com as palavras do apóstolo Paulo em 1Coríntios 15.54-58:

54 [No momento em que este] corpo mortal tiver se transformado em corpo imortal, se cumprirá a passagem das Escrituras que diz: (NVT)
55 “A morte foi destruída pela vitória’. ‘Onde está, ó Morte, a sua vitória? Onde está, ó Morte, o teu aguilhão?’.
56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. (NVI) 57 Mas graças a Deus, que nos dá a vitória sobre o pecado e sobre a morte por meio de nosso Senhor Jesus Cristo! (NVT) 58 Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que absolutamente nada os abale. Sejam sempre dedicados, dia após dia, à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. (NVI)

A minha oração é que nesta Páscoa todos nós reconheçamos que somos pecadores, confessemos os pecados ao Senhor e nos arrependamos e tenhamos a certeza da salvação em Jesus Cristo, que ressuscitou e nos dá a vitória sobre a morte e nos concede a vida eterna. Amém!


[1] Comentário Bíblico Moody sobre o livro de João. Arquivo digital disponível no site: http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/43Joao.pdf. Visualizado em 20/02/2018, páginas 2 e 3.
[2] MARSHALL, I. Howard. Teologia do Novo Testamento: diversos testemunhos, um só evangelho. Tradução: Marisa K. A. de Siqueira Lopes, Sueli da Silva Saraiva. São Paulo: Vida Nova, 2007, p.436.
[3] Comentário Bíblico Moody sobre o livro de João. Arquivo digital disponível no site: http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/43Joao.pdf. Visualizado em 20/02/2018, página 66.
[4] STOT, John. A Bíblia toda, o ano todo: meditações diárias de Gênesis a Apocalipse. Tradução: Jorge Camargo. Viçosa/MG: Ultimato, 2007, página 283.

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