GRAÇA, FÉ E OBRAS

Por: João Marcos Bezerra
jmarcoscb@gmail.com

Quem recebeu alguma benção durante essa semana que passou? E quem vive sendo abençoado por Deus?
Somos agraciados pelo Pai diariamente com uma multidão de bênçãos, apesar de muitas vezes não percebermos. Como está no Sl 129.8: “a benção do Senhor está sobre nós”.
Agora quem sabe qual a maior benção que o Pai nos deu? […] Foi através do seu Filho Jesus: a salvação.
E a salvação vem pelo quê? […] Pela graça. Como está escrito em Ef 2.8,9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” E são justamente estas três coisas que vamos falar agora: Graça, Fé e Obras.
O primeiro deles é a Graça:
O que vem a ser graça? […] Ouvimos falar sobre isso constantemente. Graça é Dom ou virtude especial concedida por Deus como meio de salvação ou santificação. Também é favor concedido por Ele a uma pessoa. Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de Deus em Cristo Jesus, transmitidos aos crentes pelo Espírito Santo, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de Deus. Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina. Por quê?
É através da Graça, que nos é concedida por Deus, que somos capazes de crer Nele, isso quer dizer que o Senhor concede uma medida da sua graça a cada homem; é através dessa graça que somos libertos do pecado.
Hoje, infelizmente, vemos muitas pessoas se justificando do não cumprimento da Lei do Senhor porque são “salvas pela graça”. Vivem de formar abominável diante do Senhor, negligenciam a Lei, mas dizem: “Nada a ver! Eu sou salvo pela graça!” Então, abrindo a Bíblias em Rm 6.14-18 lê-se: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois, não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça”.
É isso o que a Palavra diz, que somos libertos do pecado. E como falamos antes é através da Graça que somos libertos do pecado, por isso “fomos chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião a carne”. (Gl 6.13)
Devemos diligentemente desejar e buscar a graça de Deus, como diz em Hb 4.16: “Cheguemo-nos… junto ao trono de graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça”.
O segundo ponto é a Fé:
O que é Fé? “É o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1); É firmeza e esperança; “É a certeza do que não se vê, esperança para todo que crer” (Oficina G3). Para complementar em Hb 11.6 diz que “Sem fé é impossível agradar a Deus”. É a única condição prévia que Deus requer do homem para a salvação.
Fé em quem? Jesus Cristo, o filho de Deus, que veio em carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, foi preso, julgado e crucificado na cruz para redimir os nossos pecados, mas ressuscitou e hoje está a direita do Pai. Amém!
Podemos dizer que existem dois tipos de Fé:
- A Fé viva, salvífica: é por meio dela que nós somos salvos. Ela não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a Cristo como Senhor e Salvador. É ela que nos leva a buscar conhecer a Deus, por meio do estudo da Bíblia, da oração, de músicas que edifiquem a nossa vida e de outras formas que nos levem a se encher do conhecimento do Senhor; e também, Ele nos leva a sentir necessidade de trabalhar na Obra, sermos trabalhadores na Seara. (BEP)
- O outro tipo de Fé é a morta, que é a fé inerte, sem ação, sem emoção, sem arrependimento, sem quebrantamento, sem frutos, é estéril. E muitas vezes ela é caracterizada pela falta de vontade de se estudar a Palavra, de orar ao Senhor, buscando a sua presença, e falar de Cristo. Ir a igreja serve apenas para cumprir tabela, perde-se o prazer de ouvir a Deus através dos irmãos. É incrível como: se o cara do louvor fala demais, reclama-se; se o louvor está animado, reclama-se; se o mesmo está parado, reclama-se; se o pregador está demorando, reclama-se; se a ferida for cutucada, aí é que se reclama. Não há sentido em servir a Deus, ouvi-lo e cultuá-lo. Queremos que o culto ao Senhor na igreja seja feito a nossa vontade e não de acordo com a vontade, o prazer do Pai. (BEP)
O terceiro ponto que vamos abordar são as Obras:
Falamos de bênçãos no início. Você é grato a Deus pelo que tem feito em sua vida? Então, o que vc tem feito para Deus, como gratidão, como filho obediente? Vc tem dado a Ele o que Ele merece?
Em Pv 30.15 encontramos: “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam”. E muitas vezes agimos assim com Deus. Sendo Ele apenas aquele “cara para a gente pedir, pedir, pedir, me dá, me dá, me dá” (Fruto Sagrado). “Sou salvo pela graça, mas minha vida é uma fossa”. “Tem fé em Deus, mas minha vida não demonstra isso”. “Mas eu quero ser abençoado Senhor!” Tem sido assim a sua vida? Que tipo de fé vc possui?
Em Tg 2.14-26 observamos: “Que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? […] Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé… Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”.
Esse texto trata do problema, sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé salvífica no Senhor Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra. Vimos que a fé viva não é apenas uma confissão é uma ação dinâmica e está aqui sendo confirmado.
Infelizmente, hoje, muitas vezes, confessamos a Jesus como Senhor e Salvador, mas não agimos de forma que comprove essa confissão.
Estamos aqui para cumprir a ordenança do Senhor para pregar a Palavra da Verdade a todo o mundo (Mt 28.19,20/Mc 16.15), mas nos conformamos a buscar ao Pai com interesses próprios, ser abençoado, e deixamos de lado nossa missão: Transformar vidas. O banco virou o nosso lugar predileto.
Eu penso se Abraão não tivesse obedecido a Deus quando saiu de Harã para a terra a que Deus destinara; se não tivesse levado Isaque para ser oferecido a Deus. Pensem na situação… Ele não seria o “pai da fé”.
Então, precisamos demonstrar a nossa fé, pois quando nos convertemos ao Senhor o Espírito nos enche com uma sede, uma vontade, uma necessidade de conhecer a Deus, porque como vou servir a quem não conheço? É vital para o cristão conhecer ao Senhor. O Espírito também nos enche de vontade de servir a Deus na Seara, na obra, na igreja, na nossa vida secular, em todo tempo e lugar. Se na sua entrega a Deus isso não aconteceu é por há algo errado. Está faltando alguma coisa. “Sem fé é impossível agradar a Deus” e sem a fé viva não há salvação.
É preciso viver está fé, agir de acordo com essa fé. A obra do Senhor está aí, precisa de obreiros, de trabalhadores, de pessoas que se levantem dos bancos e peguem o arado para ganhar e transformar vidas, que é essa a missão.
Em I Co 12.12-14, 27,28 diz: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos… Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. Isso mostra que fazemos parte do corpo de Cristo, que somos membros do mesmo e que temos uma função. Então, cumpramos essa função.
Para concluir, existe uma lógica, de autoria desconhecida, que é a seguinte: “Se somos crentes, somos participantes do corpo de Cristo” (Igreja). Se somos participantes do corpo de Cristo (a Igreja), somos membros desse corpo. Se somos membros do corpo, possuímos uma função. Se não temos ou não executamos uma função, somos membros mortos ou defeituosos. Então, se assim é, já fomos cortados (podados) do corpo. (Como diz em Jo 15.2a: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, é cortado” – Parábola da Videira). E se já fomos cortados, não somos crentes; descobrimos que apenas éramos “joio”. Amém!
Que Deus abençoe a todos!

Comentários

Anônimo disse…
Olá João,

Tive curiosade e passei para dar uma espiadinha.

Excelente texto!!!

Aragonez Fernandes
Irmão em Cristo.

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