CASOU?! JÁ ERA!
por João Marcos Bezerra - @joaomarcosbezerra.pr
Texto
base: Mateus 19.3-8
O texto de Mateus 19
apresenta uma situação em que Jesus foi testado pelos fariseus que queriam pegá-lo
rejeitando a lei e escolheram o assunto do divórcio, que até hoje é um tema
difícil. O Senhor, com maestria, foi ao começo da raça humana para responder a
pergunta e deixou um princípio importante para nós, que quero compartilhar
neste momento: “o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e os dois se
tornarão uma só carne” (Gn 2.24).
Em Gênesis 2.24, o termo
hebraico usado para ‘deixar’ é definido por soltar, abandonar, deixar para
trás, libertar[1]. Isto
significa que o casal deve se libertar de todo relacionamento que atrapalhe o casamento,
ou seja, colocar limites nas interferências dos pais, romper os laços com
relacionamentos afetivos anteriores que possam prejudicar a harmonia do casal.
Após deixarem estes
relacionamentos, o homem e a mulher se unem “numa ligação afetiva bem forte e
íntima”[2].
O “tornar-se uma só carne” é muito mais do que consumar o casamento com o sexo.
É uma união completa e integral entre duas pessoas, que passam a formar um
conjunto único, um todo. Da mesma forma que o único Deus é composto por três
pessoas[3],
a partir do casamento o homem e a mulher formam uma unidade.
Os ouvintes de Jesus provavelmente entenderam que a ligação que o casal forma é tão forte e intensa, que os discípulos disseram: “Se esta é a situação do homem e sua mulher, é melhor não casar” (v. 10). A resposta de Jesus nos versos 11 e 12 é um assunto para outro momento. Já os fariseus, no verso 7, que queriam pegar uma falha do Mestre em sua interpretação da lei, insistiram: “Por que a Lei de Moisés permite o divórcio?” (assim como a nossa lei brasileira). Eles ouviram como resposta que a dureza do coração humano foi o motivo dessa brecha, “mas não foi assim desde o princípios” (v.8).
Não podemos aceitar a separação como uma alternativa para resolver os conflitos ou problemas de um casal. Precisamos considerar algumas lições importantes para manter o casamento saudável e evitar o divórcio.
1. O namoro é o momento ideal para
conhecer o caráter do futuro cônjuge – a forma como trata os pais, os amigos e com
quem ele se relaciona. Essa é umas das maneiras de avaliar se o outro é
adequado para o matrimônio;
2. O apóstolo Paulo, em 1
Coríntios 7, ensina que o homem e a mulher devem cumprir os seus deveres
conjugais um para com o outro, inclusive em não negar o corpo ao cônjuge,
“exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem a
oração” (v.5);
3. A vida conjugal é um
relacionamento de mútua submissão. Muitas vezes, distorcemos a Bíblia e
aplicamos a sujeição somente às mulheres e chegamos ao ponto de dizer que Paulo
era machista (hehehe). Mas Efésios 5.21 diz: “Sujeitem-se [sejam submissos] uns
aos outros, por temor a Cristo”. Logo no versículo seguinte reforça a submissão
para a mulher e dá ao homem mais uma exigência: “Maridos, ame cada um à sua
mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela” (v.25). Ou seja,
além de se submeter, o homem deve amar a mulher com entrega, sacrifício e
cuidado por ela;
4. O amor nunca acaba. Amar não
é um sentimento, mas sim uma série de ações que mostram ao outro paciência,
bondade, humildade, perdão, mansidão e passa por todas as situações porque
“tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-8);
5. Deus odeia o divórcio, assim
como “odeia homem que se cobre de violência” (Ml 2.16).
Então, como Deus fez no
princípio, vocês que estão casando agora e aqueles que estão casados devem
trabalhar incansavelmente para resolver os conflitos, manter a paz e continuar
casados. Para quem é divorciado e não casou novamente, Jesus e o apóstolo Paulo
recomendaram que não se casam. Mas, para aqueles que casaram de novo ou querem
casar, digo eu, não se divorciem mais.
Por fim, afirmo que o
casamento é algo tão importante que foi abençoado pelo Senhor na criação do
mundo. Desta forma, precisamos cumprir os deveres matrimoniais, ter uma relação
de submissão mútua, amar verdadeiramente de forma prática e não aceitar o
divórcio como opção para resolver problemas. Que Deus nos ajude no desafio de
viver a vontade Dele para o casamento. Amém!
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