INEXPLICÁVEL DEUS
por
João Marcos Bezerra – jmarcoscb@gmail.com
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base: Rm 11
Que Deus maravilhoso nós temos! Como são
grandiosos sua sabedoria, seu conhecimento e suas riquezas! Como é impossível a
nós compreendermos suas decisões e seus métodos! (Bíblia Viva)
Como dizem as Escrituras Sagradas: “Quem pode
conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos? Quem já deu
alguma coisa a Deus para receber dele algum pagamento?”. (NTLH)
Todas as coisas vêm única e exclusivamente de
Deus. Tudo vive por seu poder, e tudo é para sua glória. A Ele seja a glória
para todo o sempre. Amém! (Romanos 11.33-36; Bíblia Viva)
“O tema predominante em Romanos é a justiça
proveniente de Deus: a verdade gloriosa de que o Senhor justifica os pecadores
culpados e condenados somente pela graça por meio somente de Cristo”[1]. Isto
significa que o objetivo de Paulo é esclarecer que a nossa justificação
(transformação de pessoa condenada pelo pecado e digna da condenação eterna em
um justo com nenhum crime e com direito a vida eterna) não é por esforço
humano, mas pela vontade e soberania do Senhor, mediante a nossa fé em Cristo
(Ef 2.8,9); porque se fosse pelas obras, “a graça já não [seria] graça” (Rm
11.6).
O apóstolo também aborda no livro que as Boas Novas de
Jesus são o poder de Deus para a salvação do todos os que creem (1.16,17). A
partir daí, explica que a ira de Deus se revelou contra toda a impiedade e
injustiça humana, que está condenada por causa do pecado e carece da glória de
Dele (1-3). Apesar disso, a graça de Deus superabundou para que a justiça reine
até à vida eterna (4-5).
O capítulo 11 está dentro do contexto dos capítulos 9
e 10 de Romanos, que abordam a incredulidade de Israel, a soberania de Deus na
escolha dos patriarcas e o tropeço dos judeus em buscar a justiça divina pelas
obras e não pela fé. Apesar disso, Paulo lembra aos irmãos de Roma que, assim
como no tempo de Elias o Senhor reservou sete mil homens fieis, alguns
israelitas haviam aceitado o Evangelho pela fé.
É neste momento
que o apóstolo usa a parábola de uma oliveira, onde os ramos originais são
cortados e ramos de oliveira brava eram enxertados para ser alimentada pela
seiva da raiz. Esta oliveira é Cristo, os ramos originais são os judeus e os ramos
da oliveira brava são os nãos judeus [nós]. O enxerto só ocorreu, ou melhor, só
ocorre, por meio da fé no sacrifício de Cristo na cruz: “Se você confessar com
a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, será salvo” (10.9).
Então, os judeus não encontraram a salvação? De
maneira nenhuma! A graça divina superabundou de forma que os israelitas que
creram e creem em Jesus serão salvos. Nisto, Paulo relata que estes ramos
originais que foram cortados serão enxertados na oliveira a partir do momento
que acreditarem no Evangelho. Ele usa até a ideia de que foi necessário que o
povo escolhido rejeitasse a Deus para que este desejasse salvar os gentios.
No final das contas, podemos voltar ao início do livro
para entender que “não há nenhum justo sequer” (3.10), mesmo sendo povo
escolhido de Deus é necessário que creia em Cristo para alcançar a salvação e
que não se apegue a lei e as obras da lei, mas a graça pela fé. Ok! Mas onde
entra nessa história os versos 33 a 36?
O verso 32 escreve uma coisa muito intrigante do
Senhor: “Porque Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer
misericórdia para com todos”. É por isso que Paulo conclui esta seção dizendo
que a riqueza, sabedoria e conhecimento são muito grandes e maravilhosos, pois
é algo que está além do entendimento humano. Como Deus usa a desobediência para
gerar misericórdia para que ocorra a obediência?
O apóstolo usa as palavras de Isaías 40.13 (“Quem
definiu limites para o Espírito do Senhor, ou o instruiu como seu
conselheiro?”) e Jó 41.11 (“Quem primeiro me deu alguma coisa, que eu lhe deva
pagar? Tudo o que há debaixo dos céus me pertence.”) para descrever o quanto o
entendimento do Senhor estava acima da capacidade humana. Realmente, quando
olhamos para estes versos concordamos de imediato que têm coisas divinas que
não entendemos e nem entenderemos porque está além do nosso alcançasse
intelectual e “imaginativo” e não é objetivo do Senhor que entendamos.
Todavia, quando Paulo usa o termo “ó profundidade” no
verso 33 não tem a intenção de dizer que a riqueza, sabedoria e conhecimento de
Deus são misteriosos demais, que não podemos alcançar, mas tem o sentido de
inesgotável plenitude, ou melhor, completo de forma abundante, que não se pode
medir. Isto significa, mais ou menos, que, quando compreendermos algum atributo
divino, existe outro que precisaremos nos aprofundar mais no conhecimento, pois
é inesgotável, nunca acaba.
No final das contas estes versos “descrevem atributos
e propósitos de Deus num [hino de louvor] apostólico”, como propõe Shedd[2]:
1)
Na riqueza da sua
sabedoria e conhecimento Deus criou e ofereceu o plano da justificação pela fé,
incluindo os gentios [não só os judeus];
2)
O judeu sem nada
de justiça própria para oferecer também pode confiar que Deus não faltará com
Sua promessa (v.35);
3)
Deus é a fonte
(Dele), o veículo (por meio Dele) e o fim (para Ele) de todas as coisas (v.36).
Com isso, podemos refletir com esta análise do texto
que a salvação é somente pela graça do Senhor, sem Ele não podemos alcançar a
justificação; que Ele não falha em Suas promessas; e que todas as coisas
começam e terminam Nele, pois Ele é soberano. Então, não devemos prender a
nossa atenção naquilo que não entendemos ou compreendemos do Senhor, mas
depositar a nossa fé Nele por meio do sacrifício de Cristo na cruz porque é
isto que garante a nossa salvação. Amém?!
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