TRIBULAÇÃO E ARREBATAMENTO
por
João Marcos Bezerra
Txt base: Mt 24.15-28; 1Co 15.50-58
Quando se
tenta explicar o que é arrebatamento e tribulação não consigo pensar numa forma
mais lógica do que esclarecer primeiro este último para que se entenda todos os
acontecimentos que antecederão a segunda vinda de Cristo e se consiga encaixar
também o arrebatamento dentro deste contexto histórico de grande importância.
Entretanto, há grande divergência entre o momento certo da transformação do
nosso corpo carnal em espiritual durante a tribulação, que não existe uma única
teoria que trilhe a história final da humanidade. Russel Shedd escreveu no seu livro
Escatologia do Novo Testamento (2005, p.11) sobre isso:
Diferenças existem entre nós
evangélicos porque queremos ser peritos, mas não temos todos os fatos.
Desejamos conhecer detalhes e explicar todas as passagens, mas provavelmente
respondemos a perguntas que os autores bíblicos não pretendiam responder.
E neste
momento o que pretendo apresentar é a minha forma de entender o desenrolar
apocalíptico, baseado na Bíblia. Não há pretensão alguma de formular um
postulado absoluto ou responder a perguntas não elaboradas ou apresentar
teorias que não existem. Por isso, recomendo que não venhamos a nos deter em
detalhes sem importância e não nos prendermos a discussões desnecessárias.
Quero que você veja o que acontecerá caso você não suba ao céu quando Jesus
vier buscar a Igreja e como ter certeza da sua salvação Nele.
O entendimento
da tribulação começa com a profecia de Daniel sobre as setenta semanas (9.24-27),
onde cada semana representa um período de sete anos, totalizando 490 anos.
Alguns eruditos determinam que destas, sessenta e nove já ocorreram partindo da
reconstrução de Jerusalém até a morte de Cristo. A última semana é a representação
da chamada tribulação, que durará sete anos e está descolada das outras
sessenta e nove semanas.
O detalhamento
dos fatos que ocorrerão nesta última semana se encontra no livro do Apocalipse a
partir do capítulo 6, onde se lê a descrição dos episódios da abertura dos
selos do livro dos mistérios de Deus (6-8), do tocar das trombetas (8-11), da
missão das testemunhas mártires (11), das ações do dragão (diabo), da besta que
surge do mar (anticristo) e da besta que surge da terra (falso profeta) nos
capítulos 12 e 13 e, por fim, o derramamento das taças da ira de Deus, a queda
da Babilônia, a batalha do Armagedon, a prisão de Satanás por mil anos, a
derrota final deste, o juízo final e a Nova Jerusalém (do cap. 15 em diante). Existem
defesas de que esta última semana já está ocorrendo, pois alguns acontecimentos
como guerras, fome e mortes já ocorrem. Só que estes acontecimentos se
confundem aos alertas de Jesus sobre o princípio das dores, também denominado
de sofrimento e perseguições (Mt 24.3-14).
Quero reforçar
abaixo alguns detalhes da tribulação, mas sem ordem cronológica:
1)
Surgirá o anticristo (Dn 9.26; 2Ts 2.7-12; 1Jo 2.18-23;
Ap 13.1-10): será um príncipe que governará o mundo com grande poder e
autoridade e o sujeitará a uma política ditatorial, muito provavelmente
promovendo uma unificação política, econômica e religiosa e uma falsa paz
global. Ele será morto com um ferimento na cabeça, mas ressuscitará, e terá o
auxílio do falso profeta que colherá seguidores para o potentado (Ap 13.11-18);
2)
Virá uma Grande Tribulação (Dn 9.27; Mt 24.15-28; Ap
13.3-7): ocorrerá na segunda metade da tribulação, após a ressurreição do
anticristo que voltará como encarnação do diabo. Neste momento a perseguição
aos filhos de Deus aumentará e muito, pois o líder mundial se promoverá como o
“verdadeiro” filho de Deus e não aceitará adoração a outro deus;
3)
A selagem dos servos de Deus (Ap 7.2-4): será a forma
dos anjos da morte, aqueles que derramarão a ira e o juízo, distinguirem os
santos dos aliados da besta. Ocorrerá antes da abertura do sétimo selo,
consequentemente do soar das trombetas e do derramamento da ira de Deus. Isto é
sinal de que haverá uma segunda chance para aqueles que estiverem na tribulação.
Há fatos tão
importantes quanto os três acima, mas não quis apresenta-los para não se
alongar muito e não desenrolar acerca do arrebatamento, que foi citado algumas
vezes nos parágrafos supracitados. Esta glorificação dos escolhidos de Deus
está descrito em 1Co 15.51-55:
Escutem bem este segredo:
nem todos vamos morrer, mas todos nós vamos ser transformados, num instante,
num abrir e fechar de olhos, quando tocar a última trombeta. Ele tocará, os
mortos serão ressuscitados como seres imortais, e todos nós seremos
transformados. Pois este corpo mortal precisa se vestir com o que é imortal;
este corpo que vai morrer precisa se vestir com o que não pode morrer. Assim,
quando este corpo mortal se vestir com o que é imortal, quando este corpo que
morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o que as Escrituras
Sagradas dizem: “A morte está destruída! A vitória é completa! Onde está, ó
morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (citação de Is
25.8 e Os 13.14). (versão NTLH)
O
arrebatamento nada mais é do que a glorificação dos santos, crentes em Jesus,
servos de Deus ou salvos em Cristo, onde não verão a morte, mas passarão direto
para a Glória, não conhecerão a morte, assim como Enoque e Elias o foram no
Antigo Testamento (Gn 5.24 e 2Rs 2.9-14). Ocorrerá ante o soar da última
trombeta, conforme lido em 1Co 15.52, e mostra que o resgate dos santos
ocorrerá após a abertura dos selos do livro misterioso de Deus e durante o
toque das trombetas.
Agora cabe uma
clássica pergunta: quando Jesus levar a Sua Igreja ao céu, de volta para casa,
você irá junto? Infelizmente muitos cristãos não têm certeza do seu
arrebatamento, alguns tem até calafrios quando se fala no assunto, outros falam
“Deus me livre ficar” mesmo sem saber que futuro terá e assim a incerteza paira
no ar. É certo que haverá muitas surpresas quanto aos arrebatados, mas também é
possível ter certeza de que você irá ou não para o céu neste momento.
Em Rm 10.9-13
se lê:
Se você confessar com a sua
boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se
confessa para salvação. Como diz a Escritura: “Todo o que nele confia jamais
será envergonhado” (citação de Is 28.16). Não há diferença entre judeus e
gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que
o invocam, porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”
(citação de Jl 2.32). (versão NVI)
Isto significa
que qualquer pessoa que confessar que “Jesus é o Senhor” o faz pelo Espírito
Santo (1Co 12.3) e se o faz crendo da ressurreição do cordeiro por meio do
próprio Deus está salvo.
Não posso
dizer ou garantir que tais e tais pessoas terão a vida eterna ou não. O único
que tem tal poder é o Senhor. O que posso sim é ter a certeza de que irei para
o céu morar eternamente com Cristo e meus irmãos cristãos salvos. Não sou o
cara mais certinho do mundo, mas dou graças porque ser ou não certinho não é
garantia de salvação. (Obrigado, Senhor, pela Sua graça!) Embora precise apenas dizer que Ele é o Senhor, meu
Senhor, e acreditar com toda convicção e fé que Ele voltou a vida após a Sua
crucificação, eu preciso ter comportamento de quem é amigo de Deus e obedece os
seus mandamentos (Jo 15.14), ou seja, preciso ter jeito de salvo em Jesus. Você
também precisa disso para ter a certeza de que será levado à eternidade quando
ocorrer o arrebatamento.
“Meu amigo, hoje tu tens a escolha: vida ou morte, qual vais aceitar?
Amanhã pode ser muito tarde, hoje, Cristo te quer libertar.” (A Ultima Hora –
CC)
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