ATITUDES PARA MELHORAR UMA RELAÇÃO
Por: João Marcos Bezerra
Textos Base: Cl 3.12,13
Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos e perdoando-vos
uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos
perdoou, assim fazei vós também. (Cl 3.12,13)
A palavra relação é definida por “conhecimento
recíproco e/ou convivência entre pessoas”. Já relacionamento é a “capacidade,
em maior ou menor grau, de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com os seus
semelhantes” (Aurélio Séc. XXI). Essa relação ou relacionamento pode ser
mantido entre amigos, colegas, vizinhos, namorados, pais e filhos, casais,
parentes e até mesmo desconhecidos.
Vi num filme uma frase que dizia mais ou
menos assim: “A intensidade de uma relação é determinada por quem se importa
menos”. Em parte esta afirmação é correta. Tive muitas amizades que foram
breves, porque normalmente quem se importava mais com ela era eu e quando, por
algum motivo, não dava mais a importância devida ela se esfriava e não tinha
continuidade.
Entretanto, também acredito que aquele
que se importa mais pode transformar um relacionamento que teria tudo para ser
curto num duradouro, mas é necessário que essa importância seja contagiante e
todos os envolvidos venham a valorizar a convivência.
Com base no que aprendi com isso, o
conhecimento empírico, posso dizer que várias atitudes melhoram uma relação.
Dessas, considero três especiais: diálogo, estabelecer limites e amor.
O primeiro pode ser definido como: “troca
ou discussão de idéias, de opiniões, de conceitos, com vista à solução de
problemas, ao entendimento ou à harmonia; comunicação” (Aurélio Séc. XXI). Essa
ação serve para a exposição do que as pessoas pensam sobre determinado assunto;
para esclarecer maus entendidos; para analisar em conjunto determinadas
situações. Serve para colocar “tudo em pratos limpos”, ou seja, as coisas sejam
fiquem claras.
Através do diálogo os pais conhecem mais
os filhos e vice-versa; os namorados têm noção com quem estão se envolvendo e
estabeleçam os laços; os casais descobrem o que o cônjuge necessita; os amigos
entendem as diferenças do outro; os colegas saibam como lidar com o
companheiro. Quanto mais conversação, mais interação.
Dentro do meu ambiente familiar,
desenvolvi o meu caráter e a minha personalidade a partir de muita conversa com
minha mãe e meus irmãos. Aprendi e aprendo muita coisa a partir da troca de
idéias e opiniões, de perguntas e afirmações que faço e recebo e do feedback daquilo que faço. Porém, é
necessário está sempre disposto e humilde para receber a troca e paciente e
sábio para lidar com as palavras do outro, porque nem sempre escutaremos aquilo
que queremos e poderemos falar aquilo que pensamos.
Atualmente muitas relações estão em
estado crítico por falta desta atitude. As pessoas não se conhecem, tentam se
aprofundar na interação e não conseguem e terminam frustradas ou irritadas com
o outro. Casamentos são desfeitos. Pais que não entendem os filhos e
vice-versa. E ainda acham que conhecem um ao outro e sabem como cada um pensa.
Estão enganados!
Segunda atitude, estabelecer limites,
significa “reduzir a determinadas proporções; restringir, diminuir” (Aurélio
Séc. XXI). Todo relacionamento precisa de fronteiras bem delimitadas. Cada
parte envolvida precisa saber até onde pode ir com próximo. E isso se dá a
partir do diálogo, porque dentre a troca de ideias é deixado claro quais são os
gostos ou os desgostos, o que se deseja ou não e as necessidades ou as cobiças.
Quando não há restrições o excesso de um
dos lados é certo. Isso é possível ser notado num filho que não foi bem
orientado pelos pais na infância e começa a cometer delitos e a ser agressivo
com todos; no namoro que leva a um casamento cheio de conflitos porque um faz
algo que o outro não gosta por desconhecimento ou porque houve liberdade em
algum momento; numa amizade onde alguém se aproveita. Se tivessem conversado
antes seria possível detectar os desvios e fazer as limitações necessárias.
Estabelecer limites faz parte da educação relacional.
Por último, a atitude mais completa e
simples, aquela que é conhecida como o “sentimento que predispõe alguém a
desejar o bem de outrem” (Aurélio Séc. XXI). Entretanto, o amor é mais do que
um sentimento é um conjunto de ações, segundo I Co 13.4-7:
O
amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não
se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios
interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça,
mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
É fácil falar de amor numa relação entre
pais, filhos, irmãos, namorados, cônjuges e até mesmo amigos, mas entre colegas
nem tanto. Para isso, é importante conectar esta palavra à respeito,
tolerância, honra, zelo, muito cuidado e querer o bem do outro. Assim as
pessoas recebem melhor este ato e entendem mais claramente o significado disso.
Por falta do amor, podemos observar que o
mundo está sucumbindo na violência. Boa parte da humanidade não se entende, não
dialoga, não se respeita e muito menos se tolera. Acham os seus motivos e
sentimentos mais importantes do que os dos outros. Por isso, não é necessário
dar exemplo prático é só assistir ou ler um jornal que não transmite nada mais
que violência.
Por isso, esta atitude é tão relevante no
relacionamento, pois este, construído com base no amor, muitas diferenças são
esclarecidas, limites são bem estabelecidos sem magoa ou frustrações e o
respeito, a tolerância e o cuidado e o bem do outro se sobressaem. Quem ama
cuida, repreende e exorta!
Então, quando se procura um exemplo de
relação que contenha estas três atitudes vejo Deus e o ser humano. O Pai se
comunica com freqüência, estabelece limites através dos Seus preceitos e
orientações e ama a cada um de nós de forma especial e particular. Aqui neste
relacionamento a intensidade não é determinada por quem se importa menos – o
homem, mas por quem se importa mais – Ele.
Por fim, podemos determinar que através do
diálogo, do estabelecer limites e do amor, independentemente da intensidade de
cada um dos envolvido, a convivência pode dar certo e trazer benefícios a todos
que estão interligados. E para fecharmos, o mais importante para um
relacionamento dar certo é ter Jesus Cristo como centro e ponto de congruência
entre as diferenças.
Que
Deus nos abençoe e nos dê harmonia com a Sua criação!
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